Nesta quinta-feira, dia 01 de fevereiro, o Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em Curitiba (PR), recebeu uma comitiva portuguesa que veio ao Brasil para tratar de articulações de cooperação técnica em projetos ambientais, de gestão de resíduos sólidos e de saneamento. O grupo português foi comandado pelo secretário de Estado do Ambiente de Portugal, Carlos Martins, uma das grandes referências europeias no assunto.
A comitiva portuguesa retribuiu a visita de uma missão paranaense realizada no último mês de dezembro, que levou para Portugal representantes do Sistema Fiep, entre eles o presidente do Instituto de Logística Reversa (ILOG), Nilo Cini Junior, que aproveitaram a viagem para conhecer as iniciativas do país nessas áreas. “Esta cooperação é muito importante e está totalmente alinhada com uma das prioridades do Sistema Fiep, que é promover o desenvolvimento sustentável da indústria paranaense”, comenta o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo. “Pela pró-atividade que temos na questão ambiental, principalmente em relação à logística reversa, temos muitas possibilidades de avançar em ações efetivas com essa parceria”, completou.
Para Nilo Cini Junior, presidente do Instituto de Logística Reversa (ILOG), entidade que auxilia instituições de todos os portes a adotarem e desenvolverem práticas sustentáveis em cumprimento das políticas de logística reversa, essa troca de experiências é fundamental para que o Estado do Paraná se destaque nacionalmente na gestão de resíduos sólidos e de saneamento. “No Brasil, esses assuntos não caminham na velocidade que deveriam. Por esse motivo é fundamental aprendermos como o tema é tratado em Portugal, um país que se transformou em uma grande referência internacional por causa de suas políticas ambientais”, detalha Nilo Cini Junior.
Durante o encontro na Fiep, o secretário Carlos Martins palestrou sobre o processo de implementação de um novo sistema de gestão de resíduos sólidos em Portugal, colocado em prática há mais de 20 anos. “Portugal tinha um grande problema com os lixões, que recebiam todo tipo de resíduos, e a logística reversa foi uma oportunidade para gerar novas empresas e novos negócios no país”, afirmou. Segundo o português, uma gestão eficiente dos resíduos sólidos passa por aspectos legais, mas não se restringe a isso. “É um equívoco pensar que fazendo leis teremos o problema resolvido. Elas são essenciais para regulamentar e estabelecer metas para o processo, mas não é a única saída”, declarou Martins. Segundo ele, o planejamento integrado entre os diferentes atores (governos, indústria, comércio e população) e a busca por soluções tecnológicas também são fundamentais.
“É lógico que estamos tratando de dois países com características e culturas totalmente diferentes, mas essas experiências nos ajudam abrir os olhos para práticas que também podem ser adotadas aqui. Temos um longo caminho a ser percorrido, mas acredito que com muita dedicação, troca de experiência e, logicamente, trabalho intenso, os próximos anos trarão grandes avanços para o Brasil nas áreas de gestão de resíduos sólidos e de saneamento”, completa Nilo Cini Junior.