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Como é feito o manejo de embalagens vazias no Brasil

Poucos sabem, mas o Brasil é referência mundial no descarte correto de embalagens vazias agroquímicos.

O simples ato de “jogar lixo no lixo” é tão importante que acabou trazendo bons frutos para o Brasil, pois o nosso país está na liderança mundial em descarte ecologicamente correto de embalagens vazias de defensivos agrícolas por meio do Sistema Campo Limpo que faz parte do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias).

As embalagens geram uma grande quantidade de resíduos sólidos que, se não forem descartados corretamente, podem causar um grande dano ambiental.

Ainda existem muitas dúvidas quanto ao descarte correto de embalagens para envio à reciclagem e muitas pessoas acabam não sabendo como agir. Que tipo de embalagens são recicladas e como funciona o descarte? Confira a seguir:

Embalagens vazias no campo

De acordo com informações do site da inpEV, as embalagens vazias são divididas em dois grupos: laváveis e não laváveis.

As embalagens laváveis são rígidas (plástico, metal, ou vidro) e servem para acondicionar formulações líquidas para serem diluídas em água. Dentre as embalagens rígidas, os plásticos predominam. Os metais, geralmente baldes de folha de aço, representam 10% de todo volume de embalagens.

As embalagens plásticas diferem no que se refere ao tipo de resina usado em sua produção:
 
Como é feito o manejo de embalagens vazias no Brasil
PEAD Mono (Polietileno de Alta Densidade): resina com alta resistência a impactos e agentes químicos. É a segunda resina mais reciclada no mundo e leva o número 2 na embalagem.
 
 
Como é feito o manejo de embalagens vazias no Brasil
 
COEX: também chamado de extrusão em multicamadas, apresenta o número de identificação 7.
 
 
Como é feito o manejo de embalagens vazias no Brasil
 
PP ou Polipropileno: é identificado pela sigla PP ou número 5.
 

As embalagens não laváveis não utilizam água como forma de pulverização. Neste grupo estão incluídos: sacos de plástico, de papel, metalizados, mistos, ou outro material flexivel, embalagens de produtos para tratamentos de sementes, caixas de papelão, cartuchos de cartolina, fibrolatas, embalagens moduláveis que acondicionam embalagens primárias e não entram em contato direto com as formulações de defensivos agrícolas.

95% das embalagens vazias colocadas no mercado são do tipo lavável e podem ser recicladas, desde de sejam limpas corretamente. Os 5% restantes são representados pelas não laváveis. As embalagens que não são lavadas corretamente também são incineradas.

Lavagem e destinação

A Legislação Brasileira exige que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem passar por um processo de lavagem. Isso reduz os resquícios do produto na embalagem, impedindo que esses resíduos contaminem a própria embalagem. Os procedimentos de lavagem garantem a utilização de todo o produto, evitando o desperdício, bem como a contaminação do meio ambiente.

Dessa forma, a lavagem é indispensável para a segurança do processo de destinação final das embalagens, principalmente quando seguem para a reciclagem. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui uma norma específica, NBR 13968, sobre as embalagens rígidas vazias de defensivos agrícolas, que estabelece os procedimentos corretos de lavagem: a chamada tríplice lavagem e a lavagem sob pressão.

Logística

A Legislação Federal (Lei 9.974 / 2000 e Decreto 4.074 / 2002) determina que a destinação correta das embalagens vazias de defensivos agrícolas cabe a todos os agentes atuantes na produção agrícola. Isso inclui: agricultores, canais de distribuição/cooperativas, indústria fabricante e poder público.

O inpEV representa a indústria fabricante, e trabalha retirando as embalagens vazias que foram devolvidas nas unidades de recebimento, enviando-as para a correta destinação (reciclagem ou incineração).

Pensando na sustentabilidade, o inpEV reaproveita o frete do mesmo caminhão que leva as embalagens cheias para os distribuidores/cooperativas, para retornar com as embalagens vazias das unidades de recebimento.

Como funciona

  1. A partir do momento que o produtor compra o produto (agrotóxico) em uma cooperativa ou indústria, as mesmas são obrigadas a colocar o local de devolução dessas embalagens na nota fiscal.
  2. O produtor deve fazer a tríplice lavagem e perfurar a embalagem para evitar a reutilização. No momento da entrega, ele deve apresentar a nota fiscal.
  3. A tríplice lavagem ocorre no momento de uso do produto no campo. Quando termina a aplicação, o produtor deve colocar ¾ de água na embalagem, chacoalhar, e colocar dentro do pulverizador, passando novamente na plantação. Dessa forma, o produtor evita o desperdício e ainda lava corretamente as embalagens.
  4. O inpEV se responsabilidade pelos posts de entrega. São mais de 400 unidades de recebimento em 25 Estados no Brasil e Distrito Federal.
  5. A indústria fabricante recolhe as embalagens nos posts. Se já estiverem limpas, elas são encaminhadas para a reciclagem. Se não estiverem limpas, são enviadas para incineradores credenciados. As embalagens não laváveis são incineradas.
  6. Da reciclagem, grande parte das embalagens são encaminhadas para o reaproveitamento e se tornar novos produtos, como por exemplo tubos para construção civil, bateria para carros, cruzetas de poste, e ainda podem ser transformadas em outras embalagens para agroquímicos.

Resultados

Desde 2001, quando o inpEV foi criado, mais de 400 mil toneladas de embalagens vazias foram destinadas corretamente. Isso equivale ao consumo de 1,2 milhão de barris de petróleo, ou a emissão de 514 mil toneladas de CO2, ou o mesmo que 9 anos de geração de resíduos sólidos em uma cidade de 500 mil habitantes.

Isso significa que o Instituto ao cuidar  da gestão da devolução de embalagens, acaba preservando a saúde da população, dos trabalhadores, da terra, da água. Ações de educação e conscientização também são promovidas neste processo, engajando milhares de agricultores e contando com a participação dos poderes públicos.

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