Sumário
O Brasil ainda enfrenta desafios significativos na gestão de resíduos. Em 2023, foram geradas cerca de 80,96 milhões de toneladas de resíduos sólidos no país, o equivalente a uma média de 382 kg por habitante.
Deste montante, aproximadamente 85,6% foram encaminhados para disposição final em aterros ou lixões sem passar por processos de reaproveitamento.
Embora alguns estudos apontem que a reciclagem venha crescendo, chegando a cerca de 8,3% do total de resíduos em 2023 quando se consideram catadores informais, o Brasil ainda recicla apenas uma pequena fração do que poderia ser aproveitado.
Também é importante observar que 31,9% dos municípios ainda utilizam lixões como destino final de resíduos sólidos, mesmo após prazos legais para eliminação desses locais passarem.
Nesse contexto, o manejo de embalagens vazias se insere como parte importante da solução para ampliar o retorno dos materiais ao ciclo produtivo, reduzir impactos e garantir a conformidade legal para empresas responsáveis pela produção e comercialização dessas embalagens.

Cooperativas de reciclagem: protagonistas na logística reversa
As cooperativas de materiais recicláveis desempenham um papel central no processo de logística reversa. São essas entidades, frequentemente coordenadas por catadores, que recebem, triagem, acondicionam e destinam as embalagens a recicladoras ou indústrias de transformação.
Atuam em diversas etapas: recebem materiais vindos da coleta seletiva municipal ou de programas privados, realizam separação por tipo de material, qualidade e grau de contaminação e geram notas fiscais de venda dos materiais para recicladoras.
Essas cooperativas também participam de cadeias de comercialização que sustentam financeiramente sua operação. Quando integradas a programas como o Selo Nós Reciclamos, garantem rastreabilidade e remuneração adequada pelo serviço ambiental prestado.
Segundo estudo de perfil estatístico da WIEGO, o Brasil conta com mais de 281 mil catadores informais que participam diretamente da cadeia de reciclagem, muitos deles vinculados a cooperativas ou associações.
Compensação ambiental: equilibrando responsabilidade e impacto
Quando uma empresa produz embalagens, ela assume uma responsabilidade legal e ambiental de garantir que uma parcela delas seja coletada e reciclada após o uso. A compensação ambiental é a estratégia destinada a equilibrar esse impacto.
Resumidamente, refere-se à compra de créditos de reciclagem, ou seja, à aquisição de certificados que comprovem que determinada massa de material foi efetivamente processada por cooperativas ou parceiros.
No modelo do ILOG, ao contratar o Selo Nós Reciclamos, a empresa adquire compensações com base em notas fiscais que comprovam a venda dos materiais recicláveis pelas cooperativas parceiras. Isso gera um registro transparente, válido e auditável da destinação correta.
Dessa forma, a empresa recebe o certificado de compensação ambiental e pode exibir o selo em suas embalagens e comunicação para evidenciar conformidade e responsabilidade socioambiental.
Selo Nós Reciclamos: certificação e credibilidade para empresas
O Selo Nós Reciclamos, iniciativa do ILOG, funciona como um mecanismo de certificação de logística reversa para embalagens pós-consumo.
Ele comprova que a empresa está cumprindo suas obrigações legais e que o manejo das embalagens foi rastreado de forma verificada. O selo opera da seguinte forma:
- A empresa contrata o programa junto ao ILOG
- As cooperativas parceiras vendem os materiais recicláveis com emissão de notas fiscais
- Essas notas são validadas e rastreadas via sistema eletrônico
- Comprovada a destinação correta, o ILOG emite o certificado de compensação ambiental
- A empresa está autorizada a utilizar o selo em suas embalagens e materiais institucionais
Entre as vantagens estão a transparência, rastreabilidade, conformidade legal e fortalecimento da imagem ambiental. O selo conecta formalmente produtores, cooperativas e recicladoras em um sistema juridicamente reconhecido.

Fluxo operacional do manejo de embalagens descartadas
Para entender o processo completo, é possível organizar o manejo de embalagens em etapas:
- Coleta e entrega realizada por serviços públicos ou privados
- Triagem e separação feita nas cooperativas por tipo de material
- Emissão de notas fiscais pelas cooperativas
- Validação eletrônica das notas pelo ILOG
- Geração de créditos de reciclagem e emissão do certificado
Esse fluxo garante não apenas a correta destinação das embalagens, mas também a transparência e responsabilidade em cada etapa.
Conheça o Selo Nós Reciclamos
Um selo sustentável para incluir nas embalagens dos seus produtos e atender os programas de logística reversa de embalagens e ESG.

Perspectivas e desafios para avançar
Mesmo com iniciativas estruturadas como o Selo Nós Reciclamos, ainda existem barreiras.
A infraestrutura é deficiente, a adesão da população à separação de resíduos é limitada, a logística é cara e faltam incentivos fiscais. Por outro lado, há sinais positivos.
Estudos apontam que a reciclagem pode chegar a 10% até 2026, e pesquisas indicam que 55% dos brasileiros desejam reciclar mais em 2025.
O manejo adequado das embalagens vazias é parte vital de um modelo mais justo, circular e colaborativo.
Com apoio de entidades como o ILOG e engajamento crescente de empresas e cooperativas, avançamos na construção de uma logística reversa efetiva e integrada à realidade brasileira.