A sua empresa ainda não se familiarizou com um plano estratégico sustentável? Estar em dia com as leis ambientais é critério básico para qualquer negócio. E é por isso que você deve se preocupar em atender as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e entender como funciona seu maior instrumento de ação: a Logística Reversa.
Para saber ainda mais sobre a PNRS e por que a Logística Reversa deve ser uma preocupação na hora de planejar as estratégias de produção, venda e pós-venda da sua empresa, continue lendo este artigo.
A PNRS
A PNRS, uma das legislações ambientais mais importantes do Brasil, está prevista dentro da Lei 12.305 desde agosto de 2010. Seu objetivo principal é a gestão sustentável de resíduos sólidos, incluindo aqueles que são considerados perigosos, sob a responsabilidade de quem os produz, comercializa e consome.
Em outras palavras, todos que estão envolvidos no ciclo de vida de um produto são responsáveis, de alguma forma, por sua destinação final ambientalmente adequada. Esse dever é denominado responsabilidade compartilhada pela mesma Lei, e requer um conjunto de atribuições que funcionam em cadeia: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e, por fim, os órgãos específicos de limpeza e manejo dos resíduos sólidos.
A Lei é clara quanto a quem deve cumpri-la: produziu, colocou ou comercializou embalagens ou produtos embalados no mercado? Você também é responsável.
E como a sua empresa pode garantir que esses produtos e embalagens tenham o descarte e reutilização adequados? E aí que entra a Logística Reversa.
Logística Reversa
De acordo com a Lei 12.305, a Logística Reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
Como instrumento, a Logística Reversa pode e deve ser usada por todas as empresas que querem estar de acordo com a PNRS.
Além de estar em dia com a lei, há vários outros motivos pelos quais a sua empresa deve se preocupar com a Logística Reversa:
Benefícios ao meio ambiente
Ao colaborar para a Economia Circular, retornando os resíduos para um novo ciclo produtivo, o material deixa de ser um resíduo e se transforma em matéria-prima para novos produtos.
Cada empresa também tem responsabilidade de educar seus consumidores por meio da educação ambiental e a conscientização sobre o consumo consciente e a reciclagem.
Impacto social
A lei 12.305 também prevê outro instrumento fundamental para o cumprimento da PNRS: o incentivo à criação e desenvolvimento das Cooperativas e Associações de Catadores no Brasil. Afinal, são elas as grandes responsáveis pela reciclagem de resíduos no país.
A maioria das pessoas que prestam esse serviço é invisibilizada pela sociedade, e acaba não recebendo reconhecimento. Por isso, a PNRS exige que as empresas executem a “integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”.
É muito importante entender que o que é lixo para você e sua empresa pode ser reaproveitado por outras empresas. Elas poderão produzir outros produtos, gerando empregos e colaborando para a economia sustentável.
Engajamento: o consumidor verde
A concorrência do mercado é uma preocupação de qualquer negócio. Aliar-se às causas ambientais pode ser um diferencial extremamente positivo para a sua empresa, uma vez que o público dos produtos sustentáveis só vem aumentando.
Uma política de Logística Reversa pode ser utilizada como argumento de marketing em sua estratégia de comunicação e, consequentemente, gerar uma vantagem competitiva.
Ecoeficiência
A ecoeficiência também está prevista pela Lei 12.305 como um princípio na PNRS, e, mais do que isso, se tornou tendência de mercado e um fator de decisão entre o consumidores.
Uma empresa ecoeficiente oferece bens e serviços qualificados que, além de satisfazer as necessidades do consumidor, contribuem para a qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais.
Redução de Custos
À longo prazo e à medida que os processos sustentáveis se tornam mais lapidados, os gastos na produção, armazenagem e distribuição da sua empresa diminuem.
O reaproveitamento de matéria-prima também é uma ótima forma de economizar.
Sem falar que, quando você investe em um plano de Logística Reversa e retorna seus produtos ao ciclo de negócios, o valor agregado a esses produtos pode pagar esse investimento.
Fiscalização
Será que a fiscalização pode chegar na sua empresa?
A Lei 12.305 deve ser revista a cada quatro anos, e, durante esse momento, as fiscalizações entram em pauta. Assim como as fiscalizações são cobradas, também são os órgão públicos que devem realizá-las.
Cada vez mais, esses órgãos responsáveis pelo cumprimento da lei estão se movimentando para que as empresas estejam de acordo com PNRS e as demais políticas ambientais.
O Decreto n.º 6514/2008, define que as multas para o caso de não cumprimento dessa Lei podem variar entre R$ 50 a R$ R$ 50.000.000,00, dependendo do empreendimento e do impacto ambiental gerado pela produção de embalagens e produtos.
O Decreto Federal nº 9.177 estipulou, em outubro de 2017, que a fiscalização deve dar conta de todos os responsáveis (fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes) de forma igual.
Isso significa que, sim, a fiscalização pode chegar até sua empresa e é preciso agir o quanto antes para evitar multas e processos jurídicos.
Mas, afinal, como colocar a Logística Reversa em prática?
Imagine que um novo fabricante de alimentos embalados está planejando sua estratégia de Logística Reversa. Por onde ele deve começar?
A resposta é simples: pelo final da cadeia de consumo. Ele deve pensar quem é o último consumidor do seu produto e quais são as outras empresas e comércios que estão comprando e disponibilizando esses produtos para a população.
Isso significa que cada empresa, dependendo do seu lugar na cadeia de produção, circulação e comercialização, tem um nível de responsabilidade diferente. Estar mais ao topo dessa cadeia é também ter uma responsabilidade maior pela garantia do ciclo de vida sustentável de um produto.
Com isso em mente, podemos pensar nas etapas da Logística Reversa que são, basicamente, as seguintes:
- O consumidor final retorna o produto ou embalagem ao comerciante ou distribuidor;
- O comerciante ou distribuidor faz o retorno ao fabricante ou importador;
- O fabricante ou importador encaminha os resíduos para o reuso, reciclagem ou descarte adequado.
Essas etapas ocorrem em dois diferentes momentos da Logística Reversa: no pós-venda e no pós-consumo.
Logística Reversa pós-venda
Na Logística Reversa pós-venda, o produto retorna à cadeia de distribuição antes mesmo de ter sido usado pelo consumidor. Os motivos para que isso ocorra podem ir de defeitos de fabricação, danos durante o transporte, término do prazo de validade até a necessidade de recall.
Nesses casos, sua empresa precisa se preocupar em controlar o recebimento e o encaminhamento dos itens devolvidos.
Logística Reversa pós-consumo
A Logística Reversa pós-consumo começa depois da utilização e descarte do produto pelo consumidor.
Para essa demanda, a Logística Reversa funciona como uma direcionadora de resíduos. Obedecendo os critérios da PNRS, a empresa deve se preocupar com o impacto deles no meio ambiente.
As formas de gerenciamento de resíduos podem se dar de várias formas, dependendo do estado em que o material se encontra:
- Se ele está adequado para o consumo, é possível reutilizá-lo;
- Quando já chegou ao final do seu ciclo de vida útil, os componentes usados para fabricá-lo devem passar por uma análise para serem reaproveitados ou remanufaturados se possível;
- Se é um produto considerado perigoso, que oferece risco ambiental e a saúde, deve ser descartado de maneira correta.
O Programa Água Brasil produziu um vídeo muito interessante sobre os resíduos sólidos e a Logística Reversa. Para entender melhor esse instrumento da PNRS, assista:
Agora que você já entende porque deve se preocupar com a Logística Reversa, é o momento de colocá-la em prática.
O ILOG atua como uma certificadora de Logística Reversa e pode te ajudar neste processo. Somos especialistas no cumprimento da PNRS e disponibilizamos o selo Nós Reciclamos para sua empresa.
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